quinta-feira, 22 de abril de 2010

As aventuras de Alice, do cinema mudo ao IMAX 3D

Quando As aventuras de Alice no País das Maravilhas foi publicado por Lewis Carroll, em 1865, a invenção do cinema ainda era um sonho – ou nem isso. Os inventores do cinematógrafo, Louis e Auguste Lumiére, tinham 1 e 3 anos, respectivamente, e as primeiras experiências com imagens em movimento mal haviam começado. Mesmo assim, o revolucionário romance de Lewis Carroll parece ter sido feito sob medida para as telas. Embora o livro tenha se tornado um clássico graças à linguagem nonsense e à ousada mistura de gêneros literários, é no cinema que o enredo de Alice brilha e ganha vida. A história da garota que escorrega por um buraco para um mundo povoado por criaturas fantásticas inspirou cineastas ao longo de mais de um século e tornou-se um ícone da cultura pop.
Em dezenas de versões, a história de Alice confunde-se com a história do cinema e sua evolução tecnológica – da primeira adaptação para o cinema mudo, em 1903, ao IMAX 3D de Tim Burton, que estreia no Brasil nesta sexta-feira (23). O Blog Mente Aberta preparou uma lista das versões mais marcantes de Alice para o cinema. Confira:
1903:  O cinema mudo

Dirigido pelo britânico Cecil Hepworth, o filme é lembrado pelo pioneirismo e pelos rudimentares  efeitos especiais. Para dar realismo à cena em que Alice cresce, a atriz-mirim May Clark é filmada dentro de uma versão em miniatura do quarto da personagem. A técnica pode parecer ridícula, mas funciona: foi imitada à exaustão por filmes de fantasia e ficção científica por décadas, até o advento da computação gráfica.
1933: A chegada da voz – e da música

O clássico dos estúdios Paramount, lançado em 1933, foi a primeira adaptação de Alice para o cinema falado, seis anos após o surgimento da técnica em O cantor de jazz (1927). O filme conta com a participação de atores consagrados, como Cary Grant, Gary Cooper e W. C. Fields. Ainda faz sucesso entre os fãs, tanto em DVD quanto em canais de TV dedicados a filmes clássicos. Destaque para a trilha sonora, que captura bem o surrealismo e o nonsense da obra de Carroll.
1949: Alice em cores

O País das Maravilhas ganha cores na produção francesa do diretor britânico Dallas Bower, que mistura atores e técnicas de stop-motion. Sem a força dos grandes estúdios norte-americanos, o filme não fez sucesso na época e até hoje é desconhecido da maior parte do público, apesar de sua qualidade. No vídeo abaixo, a bela sequência em que Alice cresce e chora após comer um pedaço de bolo.
1951: O desenho animado

Com suas cores fortes e canções inesquecíveis, o clássico da Disney transformou a história de Alice definitivamente em um marco da cultura pop. Embora não tenha feito tanto sucesso nas bilheterias quanto seus antecessores, como Branca de neve e os sete anões, o filme consagrou-se em exibições na TV e em vídeo, apresentando o clássico de Lewis Carroll para várias gerações. Seus personagens psicodélicos fazem do filme uma das animações mais cultuadas da Disney até hoje, entre crianças e adultos.
1976: O musical pornô (?!)

Nos anos 70, na esteira da revolução sexual, o cinema pornográfico começava a se afirmar como uma indústria multimilionária, e as paródias de grandes clássicos eram uma forma segura e infalível de ganhar dinheiro. Alice não escapou. Adaptado pelo produtor Bill Osco, o filme conta a história de uma garota virgem que se recusa a ceder aos avanços do namorado – até que, em um sonho, visita o País das Maravilhas, onde… Enfim: apesar da canastrice bem-humorada (ou talvez por causa dela), o filme tornou-se um dos maiores sucessos do cinema pornô de todos os tempos. Embora não haja números oficiais, estima-se que tenha arrecadado cerca de US$ 100 milhões em todo o mundo. No comportado trailer acima, é possível conferir trechos dos impagáveis números musicais.
1988: O stop-motion surrealista

Cultuado pela crítica e quase desconhecido do público, o cineasta checo  Jan Švankmajer é o criador da mais sombria adaptação de Alice. Misturando atores reais e animação stop-motion, Švankmajer criou um País das Maravilhas escuro e silencioso, povoado por criaturas bizarras, lixo e animais mortos. Confira um pequeno exemplo da sensacional técnica do cineasta no trecho acima.
2010: A magia do IMAX 3D

Coube a Tim Burton, um dos mais autorais cineastas americanos, a tarefa de adaptar Alice para as maravilhas tecnológicas da computação gráfica e do IMAX 3D. O filme retoma a parceria de Burton com Johnny Depp (Edward Mãos de Tesoura¸ A lenda do cavaleiro sem cabeça e A fantástica fábrica de chocolate) e conta com outros astros, como Anne Hathaway. Na nova versão, Alice não é uma criança, mas uma garota adolescente,  interpretada pela australiana Mia Wasikowska. Confira a reportagem completa de Época sobre o filme. Acima, o trailer oficial de Alice no País das Maravilhas.

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