Atriz e diretor parecem ter firmado uma parceria intrínseca
Liv Ulmann para Ingmar Bergman; Bill Murray para Wes Anderson; Solveig Dommartin para Win Wenders; Brad Pitt para David Fincher; Diane Keaton para Woody Allen; Leonardo DiCaprio eRobert De Niro para Martin Scorsese; Jennifer Lawrence para David O. Russell; e Johnny DeppparaTim Burton, esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos de parcerias duradouras que atores e cineastas estabelecem desde os primórdios do cinema até os dias atuais.
Seja um relacionamento amoroso ou fraternal ou uma conexão artística intrínseca, diretores tendem a eleger musas e musos para as suas produções, sempre os escolhendo para os papéis principais dos seus filmes, e não foi diferente com Burton e Depp nas últimas décadas. Os dois trabalharam juntos pela primeira vez em Edward Mãos de Tesoura, em 1990, e, desde então, a parceria de mais de 25 anos já soma oito longa-metragens – dos 19 da carreira do diretor! Mas será que o decaimento da fama de Depp nos últimos anos, seja devido a escolhas de trabalhos duvidosos ou pelo seu comportamento explosivo, influenciou em um suposto distanciamento entre ele e Burton?
A última produção de Burton estrelada por Depp foi o bem mais ou menos Sombras da Noite, de 2012. De lá para cá, uma atriz em particular, que parece ter personalidade e afinidade artística bastante parecidas com as do diretor, e que esteve no filme ao lado de Depp, tem, aparentemente, se tornado a sua musa! Seria isso, portanto, o fim de uma parceria com Depp ou existe espaço no coração (e agenda) do cineasta para dois musos?
Independentemente da resposta para essa pergunta, a atriz francesa Eva Green deve ter impressionado Burton em Sombras da Noite porque vai protagonizar O Lar das Crianças Peculiares, o mais recente filme do cineasta, que chega aos cinemas nacionais no dia 29 de setembro, e tem sido apontada como a nova musa do cineasta.
A admiração é recíproca
Enquanto que Burton já disse que divide com ela “uma forma complicada de enxergar as coisas” e que“ambos possuem um interesse pelo atípico”, além de falar que existe algo privado e misterioso acerca dela, incomum aos dias atuais, a própria Green já revelou que sonhava em trabalhar com Burton desde quando era uma garotinha vivendo em Paris. Sonho que ela havia concretizado em 2012, mas que se repetirá em O Lar das Crianças Peculiares.
Burton também revelou em entrevista que só conseguia pensar no nome de Green para o papel principal de Miss Peregrine, uma mulher com a habilidade de se transformar em um falcão, apesar da personagem ser descrita como uma idosa no livro no qual o longa se baseia.
Os elogios mútuos, inclusive, despertaram rumores sobre um possível relacionamento amoroso entre os dois, o que pode muito bem (ou não) ser verdade, já que, ao longo da história, várias musas se envolveram amorosamente com seus diretores, enquanto que outras não. Mas vale à pena frisar que uma fonte, supostamente amiga íntima do diretor, revelou à revista W que Green é mesmo a nova musa dele.
A atriz
Nascida em 1980 em Paris, a atriz de 36 anos chegou ao sucesso mundial logo no seu primeiro filme, com um papel bastante revelador em Os Sonhadores (2003). A atenção que a produção atraiu para a atriz garantiu a participação dela como a bond girl de Casino Royale em 2006. Dez anos depois, Green atuou em produções como 300: A Ascensão do Império, Sombras da Noite e Sin City: A Dama Fatal,voltando a atrair maior atenção em 2014 com o papel de Vanessa Ives na elogiada série de horror clássico Penny Dreadful. A série de terror, que chegou ao fim após sua terceira temporada, mostrou o verdadeiro potencial dramático da francesa e ajudou a fixar de vez a ideia de que ela é uma figura obscura e misteriosa.
Talvez sejam os cabelos escuros em contraste com os olhos verdes penetrantes de Green somados ao fato dela quase sempre vestir preto e fazer cara de má nas fotos. De qualquer forma, é quando ela veste a carapuça de obscura que mais se eleva, como aconteceu tão bem em Penny Dreadful. Mas a verdade é que ela é uma pessoa bastante tímida e ansiosa que adora ficar em casa lendo um livro e tomando um vinho e que encontrou, durante a infância, a atuação uma válvula de escape para sua timidez; o que soa como uma combinação perfeita para a persona parecida que Burton possui.
Mas claro que o fato de Green já ter expressado interesse por taxidermia e entomologia e de colecionar caveiras e insetos apenas ratifica a áurea de obscuridade em volta dela, né?
No final das contas...
… A gente não sabe se ela é, de fato, a nova Johnny Depp para o Tim Burton, mas adoraríamos que sim! Afinal, uma nova amizade, romance ou aliança artística são sempre bem-vindos e nos ajudam a enxergar vida e trabalho com uma maior animação. A soma entre Green e Burton pode render, ainda, ótimos filmes. Quem sabe, até, fazer com que as novas produções de Burton consigam chegar ao mesmo nível de qualidade das suas mais antigas; e Green como a sua musa soa como a melhor forma de garantir isso. E vale lembrar que os dois são só elogios um para o outro e que existe uma admirão mútua já declarada por eles; sem falar que Burton é do tipo de diretor que adora utilizar os mesmos atores em suas produções. Por que não então criar mais protagonistas femininas em seus longas para que Green as encarne?
via fiqueligado