terça-feira, 23 de maio de 2017

Às vésperas de um novo "Piratas do Caribe", Johnny Depp tenta recuperar apelo

O ator cult que virou astro de cinema e caiu em desgraça. Os últimos 20 anos da vida e carreira de Johnny Depp dariam um filme. Ou uma novela mexicana.


Antes de “Piratas do Caribe: A Maldição do Perola Negra” (2001), Johnny Depp era cult, então, virou popular na esteira de uma inesperada e inusitada, mas merecida indicação ao Oscar de melhor ator pela interpretação de Jack Sparrow. Hoje, às vésperas do lançamento de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” , o ator é radioativo.

Johnny Depp promove o novo Piratas do Caribe em Paris
Divulgação
Johnny Depp promove o novo Piratas do Caribe em Paris

Não faz muito tempo que J.K Rowling teve que recorrer as suas redes sociais para defender a escalação do ator como Grindelwald em “Animais Fantásticos e Onde Habitam” . Em meio a uma ruidosa separação, com denúncias de violência doméstica, fracassos sucessivos no cinema e à beira da falência – o astro processa ex-agentes por gestão fraudulenta de seu patrimônio – Johnny Depp está à deriva como poucos astros contemporâneos já estiveram.
Talvez Nicolas Cage seja uma referência que possa vir à mente, mas o sobrinho de Francis Ford Coppola não angariou uma antipatia do público tão vertiginosa e incandescente como Depp.
A Disney, que gastou cerca de US$ 320 milhões na produção e divulgação de “A Vingança de Salazar”, dos quais cerca de US$ 50 milhões foram pagos ao ator para reviver seu icônico personagem pela quinta vez, está preocupada de como a imagem negativa de Depp junto a parcela do público irá afetar o desempenho comercial do filme. Empresa e produtores já tiveram que administrar um astro desmotivado nos sets de filmagens. Há boatos de que o ator teria se apresentado para rodar algumas cenas embriagado e que isso teria gerado constrangimentos entre membros da equipe, inclusive o antagonista da vez, Javier Bardem.
Acossado, Depp foca no trabalho. Além do novo “Piratas do Caribe” , o astro está creditado em mais cinco longas que serão lançados em 2017, entre eles o aguardado “Assassinato no Expresso do Oriente”, de Kenneth Branagh.
Javier Bardem em cena de
Divulgação
Javier Bardem em cena de "Piratas do Caribe: A Vingança do Salazar"

A decadência do astro, no entanto, precede o frenesi com sua imagem pública na esteira do divórcio de Amber Heard. Depp vinha se repetindo e o fantasma de Jack Sparrow em suas atuações era um presença incômoda que já alertara para a explosão dessa bolha a qualquer momento.  “O Cavaleiro Solitário” (2013), um desastre orçado em US$ 200 milhões e dirigido pelo mesmo Gore Verbinski do primeiro “Piratas” demonstrou que, talvez, Depp tivesse que se distanciar do cinemão. Ele tentou coisas diferentes como “Mortdecai: A Arte da Trapaça”, do mesmo David Koepp do hit “A Janela Secreta”, mas Jack Sparrow ainda era uma sombra e tanto. Em “Aliança do Crime”, é bem verdade, sob pesada maquiagem, Depp esquivou-se de Sparrow, mas pouca gente viu esse filme de máfia diferente.
Com suspenses e até mesmo um filme de monstro da Universal, “O Homem Invisível”, à frente, parece certo afirmar que Depp desenhou seu 2017 como o ano da virada, algo que a participação em uma franquia querida como a de Harry Potter deveria ajudar, mas os escândalos o alcançaram antes e agora o que era para ser certo, parece mais duvidoso do que nunca.
Johnny Depp em
Divulgação / Warner Bros. Pictures
Johnny Depp em "Aliança do Crime"
Parece improvável que “A Vingança de Salazar” fracasse retumbantemente, mas é razoável projetar uma despedida melancólica do personagem que já foi o mais icônico da cultura pop contemporânea e que, de alguma maneira, ressignificou Depp para a posteridade.
Recentemente, Johnny Depp externou arrependimento de ter seguido a carreira de ator. A morte como astro, e faz parte do processo deixar Sparrow para trás, pode ser providencial para o renascimento do ator. A fogueira de vaidades de Hollywood arde de um jeito bem singular.



via   IG

Johnny Depp vai interpretar ‘O Homem Invisível’ no Dark Universe da Universal

Johnny Depp vai interpretar ‘O Homem Invisível’ no Dark Universe da Universal

Universal Pictures acaba de confirmar sua nova adaptação para o cinema de ‘O Homem Invisível’, romance de H. G. Wells publicado em 1897.
Johnny Depp (‘Piratas do Caribe’) assinou contrato para estrelar a nova versão, que fará parte do Universo de Monstros da Universal: ‘Dark Universe‘.
Os produtores serão Alex Kurtzman e Chris Morgan, contratados para criar um universo para a sua franquia de monstros, que conta com ‘A Múmia‘, ‘Van Helsing‘, ‘Drácula‘ e ‘Lobisomem‘.

Cada um dos personagens ganhará um filme solo que farão parte do mesmo universo, podendo assim ter uma reunião no futuro, assim como a Marvel fez com seus Vingadores.
O Homem Invisível’ já tinha virado filme em 1933, com roteiro assinado pelo próprio Wells, que acompanhou a história do Dr. Jack Griffin, cientista devotado que encontra uma maneira de ficar invisível, mas no processo se torna um assassino insano.
Não há cronograma definido para a nova história.

VIA  CINEPOP

Crítica | Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar – Insanidade em Doses Controladas

Crítica | Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar – Insanidade em Doses Controladas

Jack Sparrow no automático

O Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) se vê no meio de um evento de proporções cataclísmicas, que envolve a busca de algum artefato místico, com o propósito de derrotar um vilão apresentado como ameaça sobrenatural, no interim sendo o cupido para um jovem casal, e disparando frases de efeito e gags em seu repertório. Bem, esta poderia ser facilmente a sinopse de qualquer filme da franquia Piratas do Caribe, série que funciona dentro de sua fórmula pré-estabelecida e repetitiva como nenhuma outra no cinema comercial hoje (talvez somente Transformers).
O motivo apenas martela um fato muito sabido, o público gosta de ver sempre a mesma coisa. Dê-lhe algo novo e será rejeitado. Bom, nem sempre. Muitos afirmam que existe uma fórmula dos filmes da Marvel, ou ainda que qualquer série cinematográfica, dentro de seus episódios, é repetitiva, mas isso não é necessariamente verdade.
Veja, por exemplo, as mudanças de tom, teor e estética trazidas por diferentes cineastas para os filmes Missão: Impossível e a franquia Alien (digam o que quiserem os detratores, os filmes são totalmente opostos um do outro). Se quisermos ir mais longe e pegar como exemplo a “fórmula Marvel”, não encontraremos tantas semelhanças assim em filmes como O Primeiro Vingador (2011) e Soldado Invernal (2014), ou Homem de Ferro (2008) e Homem de Ferro 3 (2013), e ainda Os Vingadores (2012) e a Era de Ultron (2015).

Piratas do Caribe é a mesma piada contada pela quinta vez. Mas admito, ainda é relativamente engraçada. O primeiro filme, datado de 2003, foi inovador pela forma como Depp criou seu herói, um pirata afeminado e cambaleante, um bêbado sem princípios, ao qual o ator espelhou o roqueiro Keith Richards, dos Rolling Stones (não por acaso o músico deu as caras na franquia como o pai de Jack). A novidade de se afastar do típico homem de ação forte, íntegro e duro poderia ter se tornado um desastre, mas ao invés rendeu a Depp uma indicação ao Oscar.

Os anos se passaram e as continuações ficaram cada vez mais incoerentes e incompreensíveis. As regras eram subvertidas a cada momento, dentro de sua própria lógica de universo. Uma hora Jack está morto, depois vivo. Para o vilão ser derrotado é preciso isso, não, não era bem isso, é aquilo outro. O roteiro parece aquela criança que muda as regras do jogo conforme lhe convém de cinco em cinco minutos. Não por acaso, o público alvo para o qual esta franquia é mirada são justamente elas, as crianças bem pequenas. E com isso não estou dizendo que os mais velhos não possam aproveitá-la, como eu fiz no mais recente exemplar da franquia.
Para tentarmos retirar o máximo de proveito do novo Piratas do Caribe é necessária certa meditação. Entrar de mente limpa. É necessário abstrair e entender que o que ganharemos será exatamente o que já tivemos antes, sem qualquer mudança mínima. Para quem já gosta talvez seja um deleite. Para os que criam barreira, o ponto positivo é se tratar do longa de menor duração na franquia. Quem espera alguma reinvenção da roda com a entrada dos novos diretores Joachim Ronning e Espen Sandberg, do ótimo Expedição Kon Tiki (2012), pare! Você está fazendo isso errado.

Na trama, o jovem Henry (Brenton Thwaites), filho de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley), deseja quebrar a maldição do pai, aprisionado no navio de Davy Jones (Bill Nighy). Para isso, o galante jovem herói, que faz as vias do pai na primeira trilogia e do sacerdote vivido por Sam Claflin no quarto filme, precisa encontrar o tridente de Poseidon – o MacGuffin da vez. E como nenhum galã funciona sozinho, A Vingança de Salazar trata de incluir a astrônoma Carina Smyth (a filha de brasileira Kaya Scodelario), tida como bruxa por seus conhecimentos celestiais, para completar com ele o formatinho do coração. A moça guarda alguns segredos próprios, que incluem elos de sangue com personagens da franquia.
No meio do caminho está o Jack Sparrow de Johnny Depp, que em vias de completar 54 anos, e diversos problemas na vida pessoal (inclusive de saúde com álcool e drogas, e uma queda abismal de popularidade após os escândalos com a ex-mulher, a atriz Amber Heard), aparenta nas telas o cansaço e a falta de inspiração para dar vida ao personagem pela quinta vez. É o que alguns especialistas chamavam de alegria na atuação, ou seja, perceber quando um ator entra de cabeça num projeto ou apenas bate ponto para descontar o cheque no fim do dia. Depp, apesar de algumas boas tiradas, escorrega mais para o segundo quesito.
Em contrapartida, temos a alma e alegria do filme com o vilão mais carismático que Piratas do Caribe já viu. O espanhol Javier Bardem está calejado em criar antagonistas icônicos e ameaçadores nas telonas. Após seu Oscar por Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), no qual viveu o perturbador Anton Chigurh, o ator marcou a série 007 na era Daniel Craig como Raul Silva – o vilão mais memorável da nova leva. Bardem repete o feito na pele do Capitão Armando Salazar, apelidado de “o matador”, o sujeito é um oficial condecorado da Marinha Espanhola, especialista em caçar e exterminar piratas, de forma maníaca. Isto é, até conhecer e ser trapaceado por um jovem Jack Sparrow.
A ligação de passado e futuro na série com este novo episódio se mostra um interessante elemento e um diferencial. Se por um lado temos esta conexão bem pessoal de Jack com o vilão Salazar, saído diretamente de seu passado, por outro, esta incursão da série bem que poderia se chamar Piratas do Caribe: A Nova Geração, com a presença de Henry Turner e de Carina Smyth, herdeiros das aventuras de capa e espada – resta saber se serão mantidos para uma eventual e certeira continuação. Fora isso, A Vingança de Salazar reserva algumas grandes cenas de ação, os chamarizes deste tipo de filme, que se traduzem como os melhores números musicais dentro de um espetáculo do gênero. Aqui, temos a cena que abre o longa, com o roubo ao banco de Jack e seus piratas – simplesmente impagável; e a cena da guilhotina, quando Sparrow é condenado à morte pelo novo método – garantido de arrancar muitas risadas.
Quando em minha crítica de Alien: Covenant eu afirmei ser mais do mesmo, estava equivocado. A definição ideal talvez fosse ‘menos do mesmo’. Piratas do Caribe sim,é mais do mesmo. No entanto, é também a continuação mais satisfatória da franquia e o melhor filme depois do original. Ah, e como sempre nos filmes da Disney, fiquem após os créditos, vem mais coisa por aí.


VIA CINEPOP

AS MIL FACES DE JOHNNY DEPP

JOHNNY DEPP

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