quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os deslizes do novo filme sobre Robin Hood


Russel Crowe: infeliz atuação
Nesta sexta, dia 14, estreia o novo filme sobre Robin Hood, dirigido por Ridley Scott (Gladiador e Hannibal), protagonizado por Russel Crowe e produzido por ambos e Brian Grazer (Uma mente brilhante). A ideia foi de Grazer e abraçada pelos demais. No entanto, Crowe só embarcaria se uma nova história fosse contada, algo inédito sobre Robin Hood. E assim foi. O longa é sobre como Robin Longstride, o arqueiro do exército de Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, se tornou o larápio Robin Hood, que rouba dos ricos para dar aos pobres (no começo do século XIII). Crowe queria ser diferente, afinal, somente no cinema e na televisão, a história do herói já foi contada incansáveis 24 vezes. O novo filme é belo, bem produzido, com cenários e figurinos nota 10. Mas os deslizes resultam num “longa longo” demais. Trocadilho à parte, ele tem demorados 140 minutos (2h20). Um amigo meu deu umas pescadas na sala de exibição – será ele um ser dorminhoco? Não creio. Confira o que fez este filme naufragar.
1. Ninguém pensa no Robin Hood como um experiente homem respeitável de 50 anos. Certo? Ainda mais em se tratando da Idade Média, época em que a expectativa de vida era abaixo disso. O nosso herói foi protagonizado por um Russel Crowe de 45 anos, hoje com 46. Imagine, você, leitor, que Robin Hood teve uma longa carreira de herói. Com quantos anos ele se aposentou?
2. Outra vez, Russel Crowe atropela a lenda. Trata-se do ator mais “fortinho” que fez o papel de Robin. Abaixo, fotos dos atores anteriores, da esquerda para a direita: Douglas Fairbanks, Errol Flynn, Richard Greene e Kevin Costner. Compare as fotos com a do protagonista atual, acima.

3. Pequenos delinquentes furtam um celeiro no começo do filme. Os menores só aparecerão novamente no fim, para ajudar Marion, a mocinha. Como para justificar a comunidade na floresta de Sherwood da lenda, toda a pirralhada é convocada para morar lá, com direito à sopa na boquinha. Mais ou menos uma ONG de menores abandonados.
4. Música tem que vir para somar nos filmes. Se for usada com cautela e de forma inteligente, pode arrancar lágrimas –recurso muitas vezes rechaçado por diretores. Não por Ridley Scott. Em Robin Hood, a trilha sonora aumenta um dramalhão que não existe. Torna o longa um melodrama bobo.
5. Não há paixão no filme, em nenhuma escala. Só um romance colegial entre Robin e Marion (Cate Blanchett). Blanchett e Crowe, por sinal, não possuem química, não ligam, não convencem como um casal. E ela, apesar de ótima atriz, não tem o sex appeal que esse tipo de filme exigiria. É de uma cena de Robin Hood a pior atuação de Crowe em sua carreira. “I love you, Marion”, com voz rouca. Não precisava.
6. A batalha final também é ruim. Pior quando Marion (a única mulher na briga) aparece para enfrentar a invasão francesa junto com os meninos delinquentes, montados em pôneis medievais. Sim, porque cavalos seriam muito grandes para os pequenos. Pior ainda é o beijo entre Crowe e Blanchett em meio à luta, enquanto franceses e ingleses se matam à espadada ou flechada.
7. Há um discurso impensável de Robin para o fim do século XII, época em que se passa o filme. Como disse o Giron em reportagem de ÉPOCA: “Robin então subleva os camponeses e convence o rei João sem Terra a unir a nação – um conceito inexistente na época – contra o invasor francês. É um herói do século XII em defesa de valores do século XXI. O Robin de Scott é um visionário. Seis séculos antes das revoluções Americana e Francesa, eis um democrata genuíno, capaz de defender a livre-iniciativa e o corte dos impostos” (clique aqui para ler a reportagem, aberta a partir de sábado, 15)
8. Russel Crowe tenta um sotaque inglês no começo do filme, mas termina mal. E empresta a Robin a voz rouca e grossa do gladiador Maximus, que todos já cansaram de ouvir.
Por outro lado…
9. Ok, há algumas piadas divertidas. Os amigos de Robin também são bons: Kevin Durand como João Pequeno e Scott Grimes como Will Scarlet.
10. A caracterização do rei João sem Terra (Oscar Isaac) também é ótima, um tremendo panaca inseguro e violento.
Confira o trailer:

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