quinta-feira, 24 de março de 2011

Entrevista a Sandra Cardinali: “O Johnny Depp é um excelente colega e preocupa-se em dar dicas”


Aos 35 anos, Sandra Cardinali já participou no filme “O Turista” e na quarta aventura de “Piratas das Caraíbas”, ambos ao lado do actor Johnny Depp. Em entrevista à Voz de Chaves, a actriz que vai dar um workshop em Chaves este fim-de-semana revela um pouco da sua experiência na sétima arte. O que a inspira? A humildade das gerações mais velhas de actores.

A arte da representação corre-lhe nas veias. Sandra Cardinali é sobrinha da actriz e fadista portuguesa Anita Guerreiro, da família do empresário de circo Victor Cardinali, que é prima da família Munõz. “Desde pequena que vejo fotos e ouço histórias, do teatro de revista ao cinema. (…) É da humildade deles que eu me inspiro”, conta a actriz, que este fim-de-semana vai dar um Workshop de Cinema e Teatro no Centro de Estudos Letras e Números, em Chaves. “Vão aprender técnicas e métodos de interpretação que eu aprendi nos meus cursos em Londres e Nova Iorque. Em dois dias, vou tentar passar o máximo aos alunos para que percebam o talento que há neles”, antecipa a actriz em entrevista à Voz de Chaves. Antes, Sandra Cardinali conta como conheceu Johnny Depp e foi aluna de Susan Sarandon.

Após ter dado workshops em Lisboa e em Londres, regressa como formadora após ter passado um ano em filmagens. Porque escolheu Chaves?
Recebi o convite de um amigo e decidi aceitar para dar uma oportunidade aos que estão longe dos grandes centros. As oportunidades para entrar no mundo da representação estão todas em Lisboa e esquecem-se que temos um país enorme e provavelmente muito talento escondido. Em vez dos alunos irem a Lisboa, vai o workshop ao encontro deles porque não devem ser esquecidos.

Como foi participar em filmes norte-americanos como “O Turista”, ao lado de Angelina Jolie e Johnny Depp?
Foi uma experiência gratificante porque estive com pessoas ligadas ao cinema que adorei, incluindo o Jonnhy Depp, que propôs que eu entrasse no filme “Piratas das Caraíbas”, no qual toda a história passa por ele e pela criatividade dele.

Como é trabalhar com o Johnny Depp?
É óptimo porque é um excelente colega e preocupa-se em dar dicas. Antes do realizador dizer ‘acção’, com os olhos e os gestos dele, conseguíamos perceber qual era a melhor forma de estarmos e de actuar. É uma pessoa extremamente humilde e nada vedeta. Não faz fretes, ou gosta ou não gosta, e simpatizou com um grupo, que me orgulho de fazer parte, com o qual se dava e tocava música. Anda sempre com a guitarra dele! É uma paixão grande que ele tem e no hotel [em Veneza] os serões eram bastante agradáveis.

E a Angelina Jolie?
É já mais reservada, apesar de bastante simpática. Vive mais no mundo dela. O Brad Pitt também estava lá e ela aproveitou para estar mais com o marido. O Johnny Depp estava sozinho e aproveitou para fazer amizade com o staff…

Mesmo sem ter feito papéis principais, já tem boas experiências no currículo…
Mesmo os figurantes que não são actores principais absorvem tudo e é isso que eu tento fazer no meu trabalho. Gosto de assistir às cenas, mesmo as que não participo, para estudar e absorver tudo o que os actores fazem…

Considera ser uma mais-valia estudar representação no estrangeiro, neste caso teatro em Londres e cinema em Nova Iorque?
São muito mais exigentes lá fora, o que nos torna mais esforçados. Em Portugal, as coisas estão muito mais facilitadas… Para quem quer chegar à televisão e ao cinema, basta ter um bocadinho de fama e um palminho de cara para conseguir. Isto acontece no mundo da moda também. Eu aprendi em Londres e Nova Iorque que só deve usar o tempo com quem realmente vale a pena. Para entrar no workshop da Actors Studio tive de fazer 16 provas! Não perdem tempo com alunos que acham que não são capazes ou que não têm potencial… O mesmo não acontece em Portugal.

Qual é o sua ambição no mundo do cinema?
Adorava fazer um filme com o Joaquim Leitão porque é um realizador com o qual me identifico imenso. Sou fã. Pode ser que o futuro me reserve esse desejo!

Ainda espera pelo papel da sua vida?
O papel da minha vida é qualquer papel. Desde figuração a papel secundário, se me identificar com o guião, com a história, se gostar do realizador,
qualquer papel é o papel da minha vida. Basta gostar, não é preciso brilhar, não é preciso ser protagonista. No caso de “O Turista”, tudo o que aconteceu fora do cenário, as amizades que fiz durante o tempo que estive em Veneza, aquilo que absorvi do realizador, do Jonnhy Depp, dos actores que faziam como eu figuração especial e que não eram conhecidos… foi como um curso intensivo numa escola internacional conhecida! Só o facto de participar e a prática é uma evolução para qualquer actor.

Que conselhos daria aos formandos antes de iniciar o workshop?
Diria para estarem descontraídos e me verem como uma amiga. Que tentem aproveitar ao máximo o que eu tenho para partilhar, que é o que eu faço com os meus colegas todos os dias, mesmo numa simples conversa de café. Há que aproveitar todas as dicas e todas as oportunidades de aprendizagem.

E vão ter uma motivação extra…
No final, dois alunos serão escolhidos para interpretar papéis secundários numa curta-metragem, realizada por Hélio Félix, ainda este ano, e que irá a concurso internacional. Como actores prováveis [ainda não estão confirmados], poderão figurar Ivo Canelas, Júlio César, Isabel Figueiras, Nuno Homem de Sá, São José Correia e José Fidalgo.

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