Produção gastou R$ 20 milhões para adaptar best-seller de Chico Xavier.
Diretor e responsável pelos efeitos especiais comentam o trabalho.
Some as vendagens do livro que está chegando aos dois milhões e meio de unidades, o que, segundo estimativas dos produtores do filme, teria atingido entre dez e 12 milhões de leitores, só no Brasil. Isso porque o livro já foi traduzido para todos os grandes idiomas do mundo, “com a exceção do híndi”, explica o roteirista e diretor da obra Wagner de Assis.
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Assis, que antes já tinha rodado “A cartomante”, inspirado no conto de Machado de Assis, argumenta que os números são autoexplicativos. Ele afirma que conseguiu juntar esse dinheiro todo exatamente porque tinha uma obra original muito conhecida, com um potencial grande de se vender sozinho. Além disso ele contava com dois trunfos em um só nome: Chico Xavier. O médium já tem uma cinebiografia que levou mais de 3 milhões de pessoas ao cinema. Para completar, se vivo, ele completaria 100 anos em 2010.“Se a história for bem contada, não for chata, vai ser interessante. Independentemente do tema”, diz Assis, sem medo da overdose de filmes com temáticas espirituais. “Continuam a fazer filmes de vampiro, desde que o cinema foi inventado. Por que as pessoas não enchem o saco de ver filme de vampiro, ou filme de terror ou uma comédia romântica?", pergunta para completar: "A história é o rei.”
Mas, apesar dos números superlativos, ou por conta deles, “Nosso lar” foi quase todo feito com dinheiro de investidores particulares e empresas.
“O único dinheiro de incentivo é o da Fox, que é pequeno. Tudo feito na expectativa do retorno. Puro mercado. É bom ter espaço para filmes assim. É bacana a gente ter esse quesito: filmes de orçamento alto. E que esses orçamentos retornem, para os seus investidores.”
Colaboradores
Com essea verba em mãos, e o compromisso assumido com a Federação Espírita Brasileira de fazer o melhor filme possível, Wagner de Assis, um autodenominado espírita-cristão-ecumênico, foi procurar profissionais da área com currículo extenso, no Brasil e fora daqui.
Assim, se juntaram à produção, o fotógrafo suíço Ueli Steiger (“Dia depois de amanhã”, “Godzilla”, “10.000 a.C”), os canadenses da Intelligent Creatures para os efeitos especiais (“Watchmen”, “Hairspray”, “Babel”), a diretora de arte brasileira Lia Renha ( “A muralha”, “Hoje é dia de Maria”, “Auto da Compadecida”), e o músico Philip Glass (“As horas”, “O ilusionista”, “O sonho de Cassandra”), que teve sua composição tocada pela Orquestra Sinfônica Brasileira.
“Falei que gostaria muito que o Philip Glass fizesse a trilha. A [produtora] Iafa Britz comprou a ideia e foi atrás do Philip. A gente mandou o roteiro para ele em inglês, ele leu, nós fomos a Nova York e ele falou: ‘Beleza, vamos fazer, achei bacana a história’. Não é uma música sobre os mortos, mas sobre os vivos. Música para as pessoas ficarem mais vivas ainda. É um filme para as pessoas ficarem mais vivas ainda. Fez mais de 50 minutos de trilha.”
'Nosso lar' (Foto: Divulgação)
“Foi muito importante para a gente saber que o dinheiro seria gasto onde o diretor e o produtor seria o melhor para as telas”, contou Bell. “Mas a responsabilidade não foi só por dinheiro, Wagner se tornou parte de nossa família. Por isso queríamos que os efeitos fossem o esperado [por ele].”
O diretor Wagner Assis admite que todos esses fatores aumentam a expectativa sobre o longa, mas ele diz que a produção só se completa a partir da audiência, que vai “escrever a história do filme”.
“Tem essa pressão, uma responsabilidade muito grande de trabalhar com uma obra tão consagrada. Mais ao mesmo tempo tem a segurança de saber que estamos trabalhando da forma mais fiel e correta possível.”
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