Na verdade esse é um tema que toca muita gente, principalmente quando é relações entre pai e filho (imagine dois bicudos, dois machões que não dão o braço a torcer). Não procurei ser exaustivo, isto é, não quis esgotar o assunto para deixar alguns outros para os anos seguintes.
Eis alguns dos meus preferidos:
A Procura da Felicidade (In Pursuit of Happyness, 06)
Foi preciso importar um diretor italiano Gabriele Mucino para dar certo este drama real, sobre um negro desempregado, que chega a morar nas ruas para ficar perto do filho e melhorar de vida. Sem sentimentalismo, mas muito ajudado pela empatia do astro Will Smith com seu filho na vida real, Jaden.
Os Ladrões de Bicicletas (I Ladri di Biciclette, 48)
O rosto do menino Enzo Staiolla é uma coisa inesquecível neste clássico do neo-realismo feito pelo mestre Vittorio De Sica, com atores não profissionais. Difícil conter também as lágrimas nesta história rodada nas ruas de Roma, em que roubam a bicicleta de um homem pobre que a usa para colar cartazes de cinema pela cidade. Raramente se viu um amor de filho pelo pai como neste filme.
O Campeão (The Champ,79)
O diretor italiano Franco Zeffirelli insistiu em fazer como seu primeiro filme nos Estados Unidos essa refilmagem de um clássico de 31 com o menino Jackie Cooper e Wallace Beery, porque ele também é um garoto criado em orfanato e este foi seu filme preferido. A história é a mesma: um menino que tenta ficar com o pai, que é um lutador de boxe fracassado, e que está ficando doente de tanto levar pancada na cabeça. Jon Voight era o boxeador e o menino Ricky Schroeder fez depois carreira na televisão e tentou suicídio por duas vezes.
Kramer versus Kramer (79)
Na época era novidade a história de um pai solteiro ter que cuidar de filhos. Explicando: Dustin Hoffman é casado com Meryl Streep, mas não é fácil adivinhar, aliás, pelo próprio tipo dos dois que o casamento não dá certo e ela larga o filho pequeno. Depois ela se arrepende e tenta recuperar a guarda num tribunal. Rendeu Oscar para a dupla central, para roteiro, diretor (Robert Benton) e filme. O menino era Justin Henry, de oito anos, e foi o mais jovem indicado ao Oscar da história do cinema, porém não seguiu carreira.
2 Filhos de Francisco (Brasil, 2005)
Estreia na direção do fotógrafo Breno Silveira numa bem sucedida adaptação da história da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano. Mas era realmente o pai deles, o seu Francisco José de Camargo, muito bem feito por Ângelo Antonio, quem roubava o filme.
As Invasões Bárbaras (Les Invasions Barbares, 03)
É incrível como ainda é lembrado este drama canadense do diretor Denys Arcand que foi revelado no Festival de Cannes e é uma continuação de O Declínio do Império Americano. Tudo porque o mais forte da história é a doença de um pai intelectual, que em seus últimos momentos se reencontra com os filhos e os amigos de uma vida inteira.
Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas (Big Fish, de 2003), de Tim Burton
Outro filme semelhante, não sei se é um grande longa, mas é muito querido e tem bastante gente fascinada por essa história sobre um filho (Ewan McGregor) que tenta viver lorotas e fábulas que o pai (Albert Finney) lhe contou a vida inteira.
O Pai da Noiva (Father of the Bride, 51)
Este é da minha infância. Spencer Tracy fica louco e endividado quando tenta casar sua filha Elizabeth Taylor. Direção de Vincente Minnelli e fez tanto sucesso que no ano seguinte veio O Netinho do Papai, quando ele tem que lidar com o trauma de ser avô. Em 91, naturalmente Steve Martin fugindo da comédia de situações e caindo no pastelão de O Pai da Noiva. Mas em 95 não escapou da continuação.
O Sol é para Todos (To Kill a Mockingbird, 62)
No Brasil poucos conhecem, mas nos EUA é dos maiores, a ponto de o personagem central, o advogado Atticus Finch, já ter sido votado como o melhor pai do cinema. Baseado em livro, por sinal muito bom, escrito em linguagem da menina narradora, de Harper Lee e muito bem dirigido pelo subestimado Robert Mulligan, deu o único Oscar para Gregory Peck. Ele interpreta um homem que vive em uma na cidadezinha sulista e tem a coragem de defender um negro injustamente acusado de ter estuprado uma mulher branca.
A Vida é Bela (La vita è bella, 97)
Esta fora de moda porque todo mundo teve uma overdose de Roberto Begnini (ainda mais porque ganhou do nosso Central do Brasil). Mas não tenho como esquecer o impacto que teve no mundo todo ao contar a história de um amor irrestrito de um pai pelo filho, que mesmo em um campo de concentração, tenta criar um mundo de fantasia para protegê-lo. Na época também foi muito criticado por tratar um assunto tão grave com humor e sentimentalismo.
Agradeço a colaboração dos Gêmeos (Dedé Luiz).
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