quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010



Essa coisa de ser estrela de cinema é complicado. É difícil subir à crista da onda e ainda mais duro manter-se nela. Não é apenas talento, beleza ou sorte que ditam o status de um astro. Há um sem-número de variantes culturais que influem nesta condição.

Uma coisa é certa: a era dos grandes astros de Hollywood passou, morreu no início dos anos 60. Chega a ser sacanagem comparar as mulheres em evidência no cinema de hoje com as grandes divas das décadas de 30, 40 e 50, por exemplo. Não há Julia Roberts que se compare às grandezas de uma Grace Kelly, de uma Bette Davis, de uma Marilyn Monroe, de uma Audrey Hepburn. Quando não eram belíssimas, eram espetacularmente charmosas – aliás, neste quesito dão de goleada nas atuais. Sempre eram inteligentes e talentosas. Acima de tudo, sabiam ser ícones.

Hoje há muitos atores excelentes. Há muitos péssimos. Entretanto, entre os gênios e os medíocres, temos poucos ícones. Quando são alvos da mídia, acabam devendo na qualidade e relevância de seus trabalhos – como Angelina Jolie, uma das estrelas mais carismáticas do novo milênio, que oscila demais na qualidade de suas atuações.

Destes pouquíssimos nomes icônicos, tem aquele que será lembrado no futuro como “o” ator de nossos tempos, Johhny Depp. Já quarentão, amado pelas mulheres numa ampla faixa de gostos que vai dos 14 aos 39 anos, Depp curiosamente nunca gostou da fama. Prefere viver longa do agito de Los Angeles (ele mora na França). Criou sua reputação fazendo papéis difíceis, extravagantes, estranhos, não-usuais.

A constatação da fama de Depp vem do maior site de dados sobre cinema no mundo, o Intenet Movie Database. Há quatro anos seguidos, o ator é o mais procurado no portal. Talvez essa fama toda crie mais frutos agora em 2008
: ele ganhou o Globo de Ouro pelo seu trabalho em Swenney Todd. De repente, isso pode levar a uma outra – e mais cobiçada – estatueta dourada. Afinal, todo astro que se preze já recebeu ela. Abaixo, o trailer – legendado em português!




Para quem conhece Depp apenas de seus trabalhos recentes com Tim Burton e, claro, como ele sendo o pirata Jack Sparrow, aqui vai uma lista de cinco excelentes interpretações que valem a pena serem vistas – uma espécie de “Top Five Desconhecidos” de Johnny (em ordem de antigüidade):

1 - O Libertino (2006), de Laurence Dunmore: nesta produção inglesa, Depp mostra o seu gosto por personagens densos e deslocados. Ele representa o polêmico poeta John Wilmot, nobre britânico do século XVII. Esta figura trágica ganha força com a construção de personagem de Johnny, que corajosamente não faz força para ser simpático ao espectador.

2 - Profissão de Risco (2001), de Ted Demme: uma das especialidades do nosso ator é viver personagens reais. Aqui, ele faz Greg Jung, um dos primeiros grandes traficantes de cocaína dos Estados Unidos. Passado nos anos 70 e 80, o filme mostra as ligações de Jung com os poderosos cartéis colombianos (com direto a aparições de Pablo Escobar) e o seu fim melancólico.

3 - Donnie Brasco (1997), de Mike Newell: mais um papel baseado em pessoas reais – e, mais uma vez, uma história das crônicas policiais americanas. Depp faz o personagem-título, um agente do FBI que se infiltrou na Máfia. De lambuja, o astro divide a cena com o sempre brilhante Al Pacino. Ou seja, já vale pelo encontro dos dois.

4 - Tempo Esgotado (1995), de John Badham: comentado na época como o primeiro papel “normal” do ator, este suspense é um ótimo passatempo. Todo narrado em tempo real (dispositivo que faz sucesso hoje na série 24 Horas), é uma obra que prende o espectador – em especial pelo duelo de nervos travado entre Depp e o vilão de Cristopher Walken.

5 - Ed Wood (1994), de Tim Burton: obra-prima de Burton e um dos melhores filmes dos anos 90. Rodado em preto-e-branco com baixo orçamento, a película conta a história de Edward D. Wood Jr, considerado o pior cineasta da história. Para quem ama cinema, o filme leva às lágrimas (graças à linda interpretação de Martin Landau como o ícone decadente do cinema de horror Bela Lugosi). Imprescindível.



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JOHNNY DEPP

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