Três décadas atrás, Johnny Depp era um músico obscuro que ganhava a vida trabalhando em um posto de gasolina na Flórida. Há 15 anos, ele estava se drogando desenfreadamente, enquanto sua carreira decaía. Hoje, o astro mais bem pago de Hollywood tem uma fortuna pessoal avaliada em mais de 200 milhões de dólares. Apesar dessa reviravolta espetacular, Johnny ainda se lembra da época em que surtos medonhos de desgosto o faziam encher a cara ininterruptamente. A química nefasta que antes marcava sua autoimagem deu lugar a admiráveis ondas de felicidade doméstica. Atualmente, o ator admite que não só exorcizou seus demônios como está “de bem com a vida”. Ainda que não seja uma afirmação irrestrita de alegria, esse reconhecimento já é, para os padrões de Depp, uma expressão veemente de satisfação.
“Estava em guerra comigo mesmo”, afirma, com um sorriso, o homem de 47 anos ao refletir sobre sua personalidade atormentada. “Levou um tempo para eu descobrir o que queria, e aí conheci a mulher que me fez ver o que estava perdendo. Nada me dá tanta satisfação quanto ficar com Vanessa e meus fi lhos.” Claro que, quando você tem seu próprio iate de 30 pés, passa parte do ano em uma ilha particular nas Bahamas e está casado com Vanessa Paradis, não resta muito do que se queixar. Sobretudo quando, além da fortuna, se está prestes a receber outros 50 milhões de dólares com o salário e os lucros de Piratas do Caribe 4. Visto como um pária em Hollywood, alguém cuja carreira naufragava na década de 90, Depp conseguiu contrapor seus impulsos e descobrir um lado de si mesmo que desde muito havia mantido trancado.