A principal sensação ao assistir Medo e Delírio é de ter tomado um LSD, o filme é uma grande viagem do Diretor Terry Gilliam narrando a história de um jornalista (Johnny Depp) e seu advogado (Benicio Del Toro) fazendo a cobertura de um evento sobre motociclismo e outro sobre drogas em Las Vegas. A câmera filmando em posições diversas dá o tom do filme, que prima pelo nosense, nos levando a rir em muitas cenas das loucuras cometidas pela dupla de protagonistas. Em alguns momentos, o uso abusivo das drogas tem um tom didático; talvez a intenção do Diretor fosse essa mesma, fazer uma crítica velada ao comsumismo exarcebado dessas substancias naquela epóca, já que o filme se passa nos anos 70 e mostrando como esses anos influenciaram o mundo nas décadas seguintes. Porém, como Terry Gilliam é um Diretor que não explica seus filmes, talvez uma outra suposição seria mostrar que o mundo está tão chato que só se drogando muito para conseguir viver. Medo e Delírio, apesar de ser um filme dos anos 90, achei que se mantém bem atual, e com certeza influenciou muitos cineastas com sua estética e narrativa. Johnny Depp e Benicio Del Toro são um show a parte, com várias cenas antológicas. Curiosamente, vários atores e atrizes famosos fazem pontas nesse filme, como Tobey Maguire, Cameron Diaz, Ellen Barkin e Christina Ricci, um atrativo a parte. Um Terry Gilliam na medida para os amantes da sétima arte. Nota 08.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Medo e Delírio (Fear and Loathing in Las Vegas/Terry Gilliam/1998)
Elenco: Johnny Depp, Benicio Del Toro, Tobey Maguire, Cameron Diaz, Gary Busey, Grag Bierko
21 Jump Street | Filme de Anjos da Lei encontra a sua protagonista
Brie Larson se junta a Channing Tatum, Jonah Hill e Ice Cube
21 Jump Street, o filme que adapta ao cinema a série de TV oitentista Anjos da Lei, acaba de achar a sua protagonista. Segundo o Deadline, Brie Larson (United States of Tara) ficou com o cobiçado papel de Molly, a principal personagem feminina da trama.
Ela se junta a Channing Tatum, Jonah Hill e Ice Cube. Hill, o Seth de Superbad, produz o filme e escreve o roteiro ao lado de Mike Bacall. Phil Lord e Chris Miller, de Tá Chovendo Hambúrguer, serão os diretores.
Exibida originalmente de 1987 a 1990, 21 Jump Streetapresentava os tais anjos, um grupo de elite formado por jovens policiais que trabalhavam à paisana, se infiltrando em escolas e combatendo o crime. Ice Cube viverá o chefe de polícia que coordena o grupo.
Stephen J. Cannell, cocriador da série, falecido em setembro de 2010, aparecerá postumamente na lista de produtores do longa. As filmagens começam no final de abril. A estreia está marcada para 16 de maio de 2012.
HOMENAGEM AO DIA DAS MULHERES DIA 08 DE MARÇO_DON JUAN DE MARCO
Dia 08 de março, terça-feira de Carnaval é também o Dia Internacional da Mulher. Resolvi relembrar aqui um filme que faz uma homenagem a mulher em sua essência de uma forma bastante criativa. O mito Don Juan inspirou diversas obras de arte desde pinturas, passando por peças teatrais e literatura, mas nenhum transformou o sedutor sem escrúpulo em um romântico que compreende a alma da mulher tal qual esta versão cinematográfica de 1995 dirigida e roteirizada por Jeremy Leven. O Don Juan daqui não quer apenas colecionar conquistas. O personagem vivido por Johnny Depp quer apenas amar as mulheres em sua plenitude, despertando o que melhor tem nelas. E, claro, como todo bom romântico, sofre pelo desprezo de sua amada Dona Ana.
A apresentação do personagem na abertura do filme é inesquecível. Toda a preparação na frente do espelho, as gotas de perfume, colocando as luvas, a máscara... A forma como a câmera nos mostra aos poucos o ator, os detalhes, a composição da cena, a direção de arte. Nos coloca no clima. Entra então, a voz over explicando que ele é o maior amante do mundo, mas quis o destino que a única mulher que importava o desprezou, por isso, ele iria acabar com a própria vida. Mas, antes, se dá ao direito de uma última conquista. A cena em que demonstra a desconhecida no bar como a pele da mulher é sensível e todo o desenrolar é muito bem realizada. Johnny Depp consegue nos passar tudo com o olhar.
A história começa quando o psiquiatra Dr. Jack Mickler vivido por Marlon Brando (gordo, mas ainda charmoso) é chamado para ajudar a um jovem que está prestes a se suicidar. Ao chegar perto, ele encontra um jovem que se diz Don Juan, o maior amante do mundo, caracterizado de capa, máscara e espada, e que pretende morrer pelas mãos do famoso espadachim Don Francisco da Silva. Entrando no jogo do paciente, Mickler diz que é Don Octávio Del Flores, o tio de Francisco e o convida para se hospedar em sua casa até que Don Francisco volte, enquanto isso, ele lhe conta sua história.
O jogo entre psiquiatra e paciente em delírio é deslumbrante. Por demonstrar respeito por ele, Don Juan aceita a presença do médico e fazem o tratamento como uma espécie de aposta. Se o rapaz convencê-lo de que é mesmo o maior amante do mundo, está liberado. Senão, toma remédios e aceita o tratamento. O interessante é a convivência entre médico e paciente acaba ajudando mais ao médico que ao paciente. Através do ponto de vista do rapaz, Dr. Jack Mickler começa a rever seus conceitos de vida e a forma como tratou sua esposa durante esses anos. Uma das cenas mais bonitas dessa transformação é quando Mickler pergunta a esposa, vivida por Faye Dunaway quais foram os sonhos que ela foi deixando para trás enquanto ele só se preocupava com ele.
A narração do personagem sobre como teria sido sua vida é o plus do filme. Com muito humor e clima sensual, vamos sendo apresentados a detalhes incríveis que se fecham de uma forma divertida e cruel ao mesmo tempo. O "jamais consentirei" de Dona Júlia. A brincadeira no harém, as mulheres se despedindo na praia. O encontro com Dona Ana. A história de seus pais. A gente se envolve naquele romantismo e torce pelo personagem, querendo que algo ali seja real, tal qual o psiquiatra que se encanta pelo paciente. Louco ou não, o que fascina em Don Juan é a capacidade de sonhar e despertar o melhor que temos dentro de nós, sem pudores. Afinal, todos somos românticos em nosso íntimo.
Esta é a essência de Don Juan DeMarco, ver a mulher como um ser especial, frágil e forte ao mesmo tempo, algo a ser descoberto. O que casa perfeitamente com a música tema de Bryan Adams. "Para realmente amar uma mulher você precisa conhecê-la profundamente por dentro. Ouvir cada pensamento, cada sonho e dar-lhe asas quando ela quiser voar". É esse dom que o rapaz diz ter desde pequeno: o de compreender o que a mulher precisa e dar-lhe. Com ou sem delírio, suas idéias e argumentos fazem com que o mundo fique um pouco mais fácil na relação a dois. Afinal, que mal há em sonhar um pouco e vivenciar este sonho?
Este é outro filme analisado a pedido de Cristiano Contreiras.
A apresentação do personagem na abertura do filme é inesquecível. Toda a preparação na frente do espelho, as gotas de perfume, colocando as luvas, a máscara... A forma como a câmera nos mostra aos poucos o ator, os detalhes, a composição da cena, a direção de arte. Nos coloca no clima. Entra então, a voz over explicando que ele é o maior amante do mundo, mas quis o destino que a única mulher que importava o desprezou, por isso, ele iria acabar com a própria vida. Mas, antes, se dá ao direito de uma última conquista. A cena em que demonstra a desconhecida no bar como a pele da mulher é sensível e todo o desenrolar é muito bem realizada. Johnny Depp consegue nos passar tudo com o olhar.
A história começa quando o psiquiatra Dr. Jack Mickler vivido por Marlon Brando (gordo, mas ainda charmoso) é chamado para ajudar a um jovem que está prestes a se suicidar. Ao chegar perto, ele encontra um jovem que se diz Don Juan, o maior amante do mundo, caracterizado de capa, máscara e espada, e que pretende morrer pelas mãos do famoso espadachim Don Francisco da Silva. Entrando no jogo do paciente, Mickler diz que é Don Octávio Del Flores, o tio de Francisco e o convida para se hospedar em sua casa até que Don Francisco volte, enquanto isso, ele lhe conta sua história.
O jogo entre psiquiatra e paciente em delírio é deslumbrante. Por demonstrar respeito por ele, Don Juan aceita a presença do médico e fazem o tratamento como uma espécie de aposta. Se o rapaz convencê-lo de que é mesmo o maior amante do mundo, está liberado. Senão, toma remédios e aceita o tratamento. O interessante é a convivência entre médico e paciente acaba ajudando mais ao médico que ao paciente. Através do ponto de vista do rapaz, Dr. Jack Mickler começa a rever seus conceitos de vida e a forma como tratou sua esposa durante esses anos. Uma das cenas mais bonitas dessa transformação é quando Mickler pergunta a esposa, vivida por Faye Dunaway quais foram os sonhos que ela foi deixando para trás enquanto ele só se preocupava com ele.
A narração do personagem sobre como teria sido sua vida é o plus do filme. Com muito humor e clima sensual, vamos sendo apresentados a detalhes incríveis que se fecham de uma forma divertida e cruel ao mesmo tempo. O "jamais consentirei" de Dona Júlia. A brincadeira no harém, as mulheres se despedindo na praia. O encontro com Dona Ana. A história de seus pais. A gente se envolve naquele romantismo e torce pelo personagem, querendo que algo ali seja real, tal qual o psiquiatra que se encanta pelo paciente. Louco ou não, o que fascina em Don Juan é a capacidade de sonhar e despertar o melhor que temos dentro de nós, sem pudores. Afinal, todos somos românticos em nosso íntimo.
Esta é a essência de Don Juan DeMarco, ver a mulher como um ser especial, frágil e forte ao mesmo tempo, algo a ser descoberto. O que casa perfeitamente com a música tema de Bryan Adams. "Para realmente amar uma mulher você precisa conhecê-la profundamente por dentro. Ouvir cada pensamento, cada sonho e dar-lhe asas quando ela quiser voar". É esse dom que o rapaz diz ter desde pequeno: o de compreender o que a mulher precisa e dar-lhe. Com ou sem delírio, suas idéias e argumentos fazem com que o mundo fique um pouco mais fácil na relação a dois. Afinal, que mal há em sonhar um pouco e vivenciar este sonho?
Este é outro filme analisado a pedido de Cristiano Contreiras.
via CinePipocacult
Assinar:
Postagens (Atom)