Assistido por 50 mil pessoas, o filme "É Proibido Fumar", de Anna Muylaert, levou cinco troféus - melhor longa de ficção, direção, roteiro original, montagem e trilha sonora - no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em cerimônia realizada ontem, no teatro João Caetano, no Rio. O longa bateu concorrentes como "Se Eu Fosse Você 2", "Divã" e "A Mulher Invisível", que, juntos, tiveram mais de dez milhões de espectadores.
Daniel Filho, que prometia ser o grande campeão da noite, ficou com o troféu de melhor filme no voto popular, para "Se eu Fosse Você 2". "Tempos de Paz" foi premiado por seu roteiro (adaptado) e figurino (de Marília Carneiro). Tony Ramos ganhou como melhor ator, por seu impagável Cláudio/Helena na comédia de Daniel Filho. Lilia Cabral levou o troféu por "Divã".
A homenagem da festa foi ao ator e diretor Anselmo Duarte, que morreu há sete meses, aos 89 anos, e foi representado por duas filhas e uma neta. Alice Gonzaga, diretora da Cinédia, produtora fundada em 1930 por seu pai, Adhemar Gonzaga, também foi homenageada, por seu trabalho pela preservação de filmes brasileiros clássicos. Ausente, a atriz Drica Moraes, que está tratando uma leucemia, foi bastante aplaudida pelos colegas na plateia. Ela havia sido indicada como coadjuvante em "Os Normais 2".
O documentário "Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei" ganhou quatro troféus.
O prêmio é realizado pela Academia Brasileira de Cinema, entidade criada em 2002. As escolhas são feitas por seus membros: cineastas, produtores e atores. Esta foi sua nona edição.
Confira a lista dos vencedores:
Curta-metragem de animação: "O menino que plantava invernos", Victor Hugo Borges e "Juro que vi: o saci", Humberto Avelar
Curta-metragem de ficção: "Superbarroco", Renata Pinheiro
Curta-metragem de documentário: "De volta ao quarto 666", Gustavo Spolidoro
Figurino: Marília Carneiro, por "Tempos de paz"
Maquiagem: Martín Macias Trujillo
Direção de arte: Claudio Amaral Peixoto, por "Besouro"
Direção de Fotografia: Ricardo Della Rosa, por "À deriva"
Montagem de ficção: Paulo Sacramento, por "É proibido fumar"
Montagem de documentário: Karen Akerman, por "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"
Efeitos visuais: Marcelo Siqueira, por "Besouro"
Som: Denilson Campos e Paulo Ricardo Nunes, por "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"
Trilha sonora: Márcio Nigro, por "É proibido fumar"
Trilha sonora original: Berna Ceppas, por "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"
Atriz coadjuvante: Denise Weinberg, por "Salve geral"
Ator coadjuvante: Chico Diaz, por "O contador de histórias"
Prêmio especial de preservação: Alice Gonzaga (escritora, pesquisadora, produtora, diretora e empresária do ramo cinematográfico)
Longa-metragem nacional de animação: "O grilo feliz e os insetos gigantes", de Walbercy Ribas e Rafael Ribas
Longa-metragem infantil: "O grilo feliz e os insetos gigantes", de Walbercy Ribas e Rafael Ribas
Longa-metragem estrangeiro: "Bastardos inglórios", de Quentin Tarantino
Roteiro adaptado: Bosco Brasil, por "Tempos de paz"
Roteiro original: Anna Muylaert, por "É proibido fumar"
Prêmio especial: Anselmo Duarte (1920-2009)
Longa-metragem de documentário: "Simonal - ninguém sabe o duro que dei", de Calvito Leal, Claudio Manoel e Micael Langer
Longa-metragem de ficção nacional (voto popular): "Se eu fosse você 2", de Daniel Filho
Longa-metragem de ficção estrangeiro (voto popular): "Avatar", de James Cameron
Melhor atriz: Lília Cabral, por "Divã"
Melhor ator: Tony Ramos, por "Se eu fosse você 2"
Melhor diretor: Anna Muylaert, por "É proibido fumar"
Melhor longa-metragem de ficção: "É proibido fumar", de Anna Muylaert